Aquele momento fatídico da madrugada que vem as deprês, os lamentos, as saudades, as nostalgias tudo de uma vez em um uma torrente, e você abre a geladeira e não tem uma gota de álcool, nada de útil para acompanhar umas músicas melancólicas de Adriana Calcanhotto.
O único jeito é desligar tudo, pegar um caderno, um lápis, uma vela e um copo de café com leite, sentar-se em um chão frio recostado na parede e ver se sai alguma coisa ou se ficará apenas rabiscando sentado até sabe-se lá que horas, ou até mesmo não fazendo absolutamente nada, só admirando a pequena chama e pensando ou tentando fugir dos pensamentos.

E tudo parece desabar em nós, como se só
não caímos por causa do chão, que nos mantém e nos segura, enquanto nossos
problemas e o peso de existir nos esmaga para baixo, mas o chão nos segura e
acabamos sendo exprimidos, só esperar que no outro dia acordemos fingindo que
nada aconteceu ou que a multipolaridade faça-nos acordar bem, ainda que
temporariamente. Esperando ou não se importando com o tempo quando tudo cairá
em cima novamente nos tornando seres pesados e, talvez, mais sozinhos.
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