8 de dez. de 2016

Carência Ingênua (a cíclica e efêmera)

É “interessante” estar carente, sentir saudade de alguém que na maioria das vezes não sabemos quem é ou que não podemos ter, ficamos humildes, rimos por besteiras, temos mais empatia pelas pessoas, pois achamos que para sermos merecedores de alguém, precisamos fazer o mesmo pelos outros, é um estado bom, sereno, a tristeza acompanha, junto com ela a dor, mas são coisas que nos preenche, e por alguma razão justa, eu acho, ficamos com sorrisos tímidos durante o dia, mas à noite baixamos a guarda e choramos ou não, colocamos uma música meio triste acompanhada de violão e/ou piano, dançamos sozinhos no quarto.                          
"Você parte a esmo / No rio da memória... /
Pouco a pouco eu o recupero/ Um pouco de terra perdida." (La Noyée - Serge Gainsburg)

Vemos casais pelas ruas, na TV, tudo parece tão perfeito, por que isso não acontece com algumas pessoas? Essa solidão eterna... Somos observadores. Pensamos, escrevemos um poema ou textos desconexos.
Parece algo ruim, mas por algum motivo, alguma razão escondida, isso tudo nos torna seres humanos mais humanos, simples, amantes da vida, relembrar os amigos.
Estar carente é bom, embora haja esse humor baixo, mas sempre que sorrimos estamos sendo verdadeiros, é espontâneo, procuramos nos corrigir, sermos melhores.
E quando sorrimos, extrapolamos, sim, é perceptível, nos define, nos faz olhar para dentro de nós mesmos, de sorrirmos apesar dos defeitos, de acharmos coisas boas para ocupar o vazio que há dentro, mas preenchemos bem, com bastante comida, séries, animes, visitar os amigos, se tiver algum, contar bobeiras para os familiares ou imaginar contando, afinal, estamos com a guarda baixa, somos potencialmente verdadeiros, pois pensamos em escamotear o que sentimos ou temos, tudo em nome da humildade humana que se encontra dentro de nós.
Carência é necessidade. Mas prefiro chamar de oportunidade, é um momento de baixarmos os muros, fazer aquela faxina na nossa vida, é tempo de se renovar, de aproveitar as coisas boas de dentro que se perderam com o tempo, deletar as ruins, reciclar-se, se reconstruir para os outros momentos e pessoas que, talvez, virão. (05/05/2015, 02:58)

Nenhum comentário:

Postar um comentário